Tirando o facto de já quase não se verem frigoríficos brancos e de, hoje em dia, serem mais altos e de linhas mais direitas, quase não há diferenças entre os frigoríficos do século passado e os actuais.
Se recuarmos dois ou três séculos mais, encontramos muitas diferenças.
Os exemplares capturados na época, que conservamos no nosso museu devidamente empalhados, mostram que eram muito mais peludos que os frigoríficos modernos. A perda da cobertura lanosa talvez se deva ao fenómeno do aquecimento global que, curiosamente, se suspeita poder ter tido origem nos gases emitidos pelos próprios frigoríficos, devido à sua alimentação essencialmente carnívora. Os processos de selecção natural fizeram com que as estirpes actuais sejam quase todas omnívoras, com apenas alguns exemplares marsupiais mais pequenos ainda exclusivamente carnívoros.
Nas pecuárias de frigoríficos com maior tradição encontrámos alguns documentos interessantes, que detalham o processo de captura e domesticação dos frigoríficos selvagens que percorriam as florestas temperadas do hemisfério norte. Uma ilustração remete-nos para o provável aspecto do mítico frigorífico dentes-de-sabre-cuspidor, que se julga ter sido o responsável pela extinção das arcas salgadeiras sarapintadas, bem como pela morte do insigne estudioso da etologia dos frigoríficos terrícolas, o Dr. Gumercino Ildebrando Frigidaire, encontrado meio devorado junto de rastos da referida fera. Graças ao Dr. Frigidaire, sabemos hoje quase tudo sobre os rituais de acasalamento dos pequenos frigoríficos terrícolas.
Os frigoríficos modernos provêm quase todos de produções industriais, exceptuando os de alta gama que são criados num regime semi-selvagem, capturados por processos tradicionais e pacientemente domesticados.
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