Os elefantes vêm da fábrica em três cores: Cinzento, branco e cor-de-rosa.
Os elefantes cinzentos são os mais comuns nos países em vias de desenvolvimento. Consomem erva, folhas e água.
Os elefantes brancos fazem parte da paisagem de muitas grandes cidades, caracterizam-se pelo aspecto de mamarracho pretencioso. Consomem grandes quantidades de dinheiro e estragam o horizonte.
Os elefantes cor-de-rosa surgem apenas após a ingestão descontrolada de bebidas com alto teor etílico. Normalmente, surgem desfocados e com números estranhos de trombas e membros. Na manhã seguinte desaparecem sem deixar rasto.
No mercado paralelo há que lhes altere a cor da carroçaria para amarelo ou azulinho por meio de outros psicotrópicos, mas isso implica a emissão de um novo livrete e o pagamento de taxas para a homologação do elefante, bem como a certificação da tromba para operar com aquela cobertura cromática.
Elefantes azuis, de olhos esbugalhados, são indicadores fidedignos de que estamos próximos de uma concentração de higienistas automóveis, diligentemente lavando os seus carros com jactos de alta pressão. Acreditam, graças às substâncias psicotrópicas anteriormente referidas, que seguram a tromba do animal em causa.
Os elefantes verdes, com a bandeira da Jamaica tatuada nas orelhas, são os mais porreiros. Fazem rir e costumam subir às paredes, perseguindo gatos lilás. Surgem em quartos obscurecidos pelo fumo de cigarrinhos que fazem rir e dizem «Tá-se…»
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